quarta-feira, 26 de maio de 2010

Governo argentino veta aumento de voos partindo do Brasil

O aumento do número de brasileiros que viajam para a Argentina já provoca gargalos nas companhias aéreas, que desejam ampliar as frequências para o país vizinho. 
O governo argentino, no entanto, vem se recusando a ceder aos pedidos da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), disse nesta terça-feira a diretora-presidente do órgão, Solange Vieira. Ela disse que as saídas para o mercado argentino, que representam 16% dos voos internacionais, tem forte potencial de crescimento no curto prazo.
Atualmente, são 133 frequências semanais para a Argentina. A Anac já solicitou mais 30 ao governo de Cristina Kirchner, que, no entanto, mostra-se reticente, temendo prejudicar as companhias locais. 
"As empresas estão no limite de frequências para a Argentina, e a demanda continua crescendo. Espero que o governo de lá pense a respeito disso, porque eles estão perdendo ao segurar o aumento de voos vindo do Brasil", disse a diretora da Anac, ao participar de conferência de aviação civil entre Brasil e União Europeia, no Rio. 
Os voos internacionais para os Estados Unidos representam 23% do total que sai do Brasil, seguido pela Argentina (16%) e Portugal (10%). Somente com o incremento de 10% nas frequências, a proporção para a Argentina pode subir para 18%. 
Dados da Anac relativos ao ano passado indicam que foram transportados, ao todo, 128 milhões de passageiros, dos quais apenas 12 milhões relacionados a voos internacionais. 
"O mercado internacional no Brasil ainda não é nada, há muito potencial para crescer", observou Vieira. 
Ela comentou também que a Anac trabalha para diversificar os pontos de partida para o exterior. O objetivo é tirar o peso de Rio e São Paulo, e ampliar a presença de cidades do Nordeste, principalmente. Em 2008, 80% dos voos internacionais partiam do Rio ou de São Paulo. 

Iberia 
O presidente da companhia espanhola Iberia, Antonio Vásquez, pediu regras internacionais mais flexíveis para que as empresas possam atuar de forma global. Segundo o executivo, a aviação é um dos poucos mercados globais que ainda é bastante fragmentado. Acrescentou que as empresas não tem liquidez pelo fato de não atuarem em todo o mercado mundial. 
"Não há facilidades para negócios transoceânicos. As políticas nacionais divergem, causando uma grande fragmentação, que é ridícula, se comparada a outros segmentos da economia", afirmou. 
Ele lembrou que na Europa, onde as leis são mais integradas, tem ocorrido um forte movimento de consolidação, e que, apesar da crise, há espaço para ser mantido. A Iberia, segundo Vásquez, está atenta às oportunidade do mercado.
Por Folha OnLine - SP

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