quarta-feira, 26 de maio de 2010

Recuperação de estradas do País deve levar cinco anos, diz governo

Para DNIT, é possível chegar em 2015 com 85% da malha em bom estado. Segundo Ipea, 65% das rodovias estão em estado deficiente ou péssimo.
Os problemas apontados nas estradas brasileiras em estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta segunda (24) precisam de no mínimo cinco anos para serem resolvidos, informou nesta terça-feira (25) o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Segundo o levantamento do Ipea, que é um órgão do governo, sobram buracos e falta sinalização nas rodovias do país.
A BR 230, por exemplo, uma das rodovias mais movimentadas do Ceará, é um retrato das estradas brasileiras: buracos, falta de acostamento e de sinalização. Os problemas se repetem em Mato Grosso, Minas Gerais e outros estados.
Essa é uma realidade que o caminhoneiro João Batista Almeida conhece bem. “Pneu, né, estoura nos buracos, roda empenada, inclusive é o que mais acontece é isso, quebra a mola”, afirmou.
Mais de 65% das rodovias federais estão em estado deficiente a péssimo. Segundo o Ipea, para dar às estradas brasileiras a qualidade desejável, seriam necessários investimentos de R$ 183,5 bilhões. De acordo com o instituto, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) só cobre R$ 23 bilhões, 13% do valor necessário.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) diz que o Ipea não contabilizou R$ 10 bilhões destinados à manutenção das estradas e que até 2015 estão previstos investimentos de mais R$ 50 bilhões.
“Nós chegaríamos, eu diria, pelo menos com 85% da nossa malha rodoviária em estado bom, e entre o satisfatório e o insatisfatório, 15%”, afirmou o diretor-geral do DNIT, Luiz Antonio .
Custo do frete
O estudo do Ipea mostra que o custo do frete no Brasil é, em média, 28% mais caro do que seria se as estradas apresentassem condições ideais. E mais de 60% do transporte de carga no país são feitos pelas rodovias.
Um dos setores mais atingidos é de alimentos. “Transporte ruim, frete mais caro e também comida mais cara na mesa do consumidor. Se as estradas fossem melhores, portanto os produtores teriam um custo menor e a comida podia estar mais barata no supermercado e na mesa do consumidor”, disse a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
Para o Ipea, o governo deveria também aperfeiçoar os contratos de concessão das estradas e exigir das concessionárias investimentos na ampliação da malha viária.
“A produção agrícola crescendo, a produção industrial crescendo, nós vamos ter um fluxo maior de movimentação de cargas e estas rodovias concedidas estarão de certa forma é congeladas, porque os contratos não preveem ampliação”, afirmou o coordenador de Infraestrutura Econômica do Ipea, Carlos Campos.
 Por G1 - Jornal Nacional

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